8.02.2010

''F-1 só continua no Brasil se Interlagos for reformado''

Futuro da categoria no País depende de grandes melhorias no autódromo, visto como o pior do Mundial, diz Ecclestone





Bernie Ecclestone não poderia ser mais claro, ontem, em entrevista exclusiva ao Estado, antes da classificação do GP da Hungria: "O Brasil organizará a próxima Copa do Mundo e a Olimpíada de 2016. Faz sentido. Há muito tempo acredito no Brasil, levamos a Fórmula 1 para lá ainda em 1972". Mas avisou: "O futuro da Fórmula 1 no Brasil depende, agora, de melhoras importantes em Interlagos. Esses eventos representam grande oportunidade para rever o autódromo também. Não posso mais ser questionado pelas equipes por qual razão corremos no pior circuito do campeonato. Vou ter uma conversa séria com o prefeito".

O promotor do Mundial diz não ser o caso de cobrar projetos grandiosos, como o da China, por exemplo: "
Esqueçamos as novas nações que entraram no calendário, representam outra realidade. Todas as dependências de Interlagos são insuficientes para a F-1. As equipes reclamam de espaço, funcionalidade. Não é mais possível conviver com isso". E justificou seu ponto de vista: "A Olimpíada exige imenso investimento, será bom para o Brasil, inquestionável, mas dura 15 dias", afirmou. "Depois, nem sempre tudo o que foi feito é bem aproveitado". Interlagos reconstruído ou mesmo outro autódromo seriam permanentemente usados não só pela F-1 como pelo automobilismo brasileiro, argumenta.

Como não poderia deixar de ser, Ecclestone falou também de Felipe Massa. "
Soube que o atacaram duramente por deixar Fernando Alonso ultrapassar na Alemanha. Se foi ordem de equipe, ele não poderia fazer nada. Agiu corretamente, obedeceu seu time. As pessoas deveriam apoiá-lo". Falou, ainda: "Numa próxima oportunidade pode ser ele que esteja melhor no campeonato e receba maior atenção da equipe. Amaria vê-lo campeão".

Quanto a Ferrari mudar de postura agora, permitir que vença caso esteja na frente de Alonso, como o diretor Stefano Domenicali comentou ao Estado, Ecclestone disse: "
É um erro. Se fizeram aquilo em Hockenheim que sejam, então, coerentes".

O Brasil tem ainda Bruno Senna e Lucas Di Grassi na F-1. "
Difícil julgá-los como pilotos com os carros que possuem". Ter o sobrenome Senna na F-1 é bom? "É bom ter o Bruno conosco. Agora ter o sobrenome na F-1 não quer dizer muito porque Ayrton Senna sempre estará aqui, nunca morrerá. Os brasileiros não precisam se preocupar. A exemplo de sua incrível capacidade de gerar jogadores de futebol, no automobilismo não é diferente, em breve vai aparecer alguém".

No fim de 2012 termina o contrato das equipes com a Formula One Management (FOM), empresa de Ecclestone. "
Estou tranquilo de que chegaremos a um acordo que interesse a todos para estender nossa relação".

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