3.12.2012

Por que bicos altos?


Em teoria, bicos altos geram mais arrasto, menos eficiência aerodinâmica frontal, além de um centro de gravidade mais alto, o que afeta o design da suspensão.

Ainda assim os benefícios de um chassi/bico alto podem ser mais compensadores. Bico alto oferece um canal para se potencializar, laminar e acelerar o fluxo aerodinâmico lateral em torno dos sidepods e alimentar melhor o difusor.

Em suma, o ganho em downforce é mais uniforme e pode refletir em toda a estrutura aerodinâmica do carro, principalmente lá atrás, no difusor.

Desde o grande check up nas regras aerodinâmicas em 2009, a Red Bull segue esta filosofia aerodinâmica. O RB8 em 2012 é apenas a evolução desta filosofia em contraposição à regra de segurança da FIA.

O resto do grid segue esta tendência, mas são apenas clones da vencedora família de RB´s gestada por Adrian Newey.

E por que bico baixo?

Tradicionalmente, a McLaren produz carro com bicos baixos há anos e mesmo com este novo pacote de regras aerodinâmicas de 2009, a equipe manteve este conceito.

Sendo o MP4-27, uma evolução do MP4-25 de 2010, era quase óbvio que a equipe continuaria a perpetuar este conceito em 2012.

Este mockup com as linhas básicas da nova regra do bico sobreposto a todos os modelos do ano passado demostram que em 2011, com o MP4-26, a McLaren já obedecia à regra da FIA.

Agora, qual o benefício de um carro com bico baixo em face do sucesso da Red Bull desde 2009?

Teoricamente, geometria de suspensão menos complexa; Mais tração frontal; E, principalmente, baixo centro de gravidade – o que reflete-se na forma como o carro potencializa a performance de seus pneus.

Distribuição de Peso versus Centro de Gravidade é um dos segredos para se balancear e extrair o máximo dos pneus em dada condição de set up.

Claro que os benefícios de um bico alto ou baixo são mais amplos e complexos.

A concepção de um carro é uma ciência orgânica e cada área — elétrica, eletrônica, mecânica ou aerodinâmica — precisa interagir com a outra para daí se achar performance.

Mas o mais fascinante é perceber que McLaren e Red Bull vêm mantendo separadas filosofias aerodinâmicas. Nenhuma das duas mudou, substancialmente, a forma de pensar e conceber seus carros ao longo destes últimos três anos, optando por evoluí-los em paralelo a despeito das inúmeras mudanças de regras que fez a FIA anualmente.

Isto nos leva a outra ponderação: McLaren e Red Bull são hoje as duas grandes forças e escolas na F1; As duas grandes e originais pensadoras quando o assunto e criar um original carro de corrida.

A luta entre pilotos este ano poderá ser equilibrada e brutal, mas será a briga entre estas duas escolas de engenharia a mais fascinante de todas em 2012.

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A opinião dos autores não necessariamente reflete a opinião do Corrida F1.

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