7.31.2010

Ultrapassagem polêmica expõe faceta 'joão-sem-braço' de Alonso

Fernando Alonso é bicampeão mundial de Fórmula 1 e considerado um dos pilotos mais talentosos da atualidade. Mas também tem mostrado uma outra característica em sua carreira. O espanhol se envolveu em encrencas nos últimos anos com companheiros de equipe e até com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA). O pior é que sempre tenta se fazer de "desentendido" como se não tivesse nada com a história, o popular "joão-sem-braço".

Acidente de Nelsinho Piquet

Reprodução

O episódio mais emblemático aconteceu em 2008 quando Alonso e Nelsinho Piquet eram companheiros de equipe na Renault, que passava por pressão sem vitórias. Uma batida do brasileiro contra o muro de proteção durante o GP de Cingapura provocou a entrada do safety car na pista e o espanhol apareceu entre os primeiros após um pit stop rápido para depois vencer a corrida. Um ano depois, Nelsinho confessou ter batido de propósito para beneficiar o colega. O Conselho Mundial acabou por banir Flavio Briatore e suspender Pat Symonds, diretor de engenharia do time, naquele que se tornaria um dos maiores escândalos da Fórmula 1. O espanhol garantiu não saber de nada sobre a armação e saiu ileso.


Ultrapassagem a Massa

Guillaume Baptiste/AFP

No último domingo, Felipe Massa liderava o GP da Alemanha até a 48ª volta quando foi avisado pelo rádio da equipe, pausada e enfaticamente, de que Alonso estaria mais rápido. Na volta seguinte, o brasileiro abriu espaço e o espanhol o ultrapassou sem dificuldades. A telemetria ainda mostrou que a aceleração do carro de Massa não era máxima, como seria de esperar após uma curva. Após o episódio, Massa admitiu que houve uma ordem e a FIA multou o time em US$ 100 mil por atitude antidesportiva. Alonso mais uma vez se fez de desentendido, disse não saber o que aconteceu, que apenas viu o rival um pouco lento e por isso o passou.


Parada proposital nos boxes

Roland Weihrauch/EFE

Em 2007, a briga de poderes entre Lewis Hamilton e Alonso marcou toda a temporada. Mas um episódio ficou marcado na véspera do GP da Hungria. A McLaren mantinha um rodízio nos treinos classificatórios em que cada piloto tinha o direito de andar na frente para gastar a gasolina. Na Hungria, era a vez de Alonso. No entanto, Hamilton não permitiu que o espanhol o ultrapassasse na pista, desobedecendo as ordens da equipe. Em represália, Alonso ficou parado nos boxes, mesmo após ter feito sua troca de pneus, apenas para impedir que Hamilton conseguisse realizar sua parada a tempo de voltar e abrir a última tentativa de pole. A FIA puniu Alonso com a perda de cinco posições no grid.


Vitória após toque e reclamação

Tobias Schwarz/Reuters

Massa e Alonso já haviam protagonizado uma disputa polêmica. Durante o Grande Prêmio da Europa de 2007, Alonso, então na McLaren, e Massa, já na Ferrari, disputavam a liderança nas voltas finais e chegaram a tocar as rodas. O espanhol levou a melhor e Massa ficou em segundo lugar. Mas o espanhol não se contentou com o triunfo. Após a corrida, mostrou às câmeras de TV a marca do pneu de Massa no seu carro e reprovou a atitude do rival. Eles se encontraram no paddock e iniciaram uma discussão, que incluiu alguns palavrões. Enquanto o espanhol criticava Massa, o brasileiro se mostrava inconformado com a reclamação.


"Vítima" após quebra

Kerim Okten/EFE

Alonso teve problemas com seus pneus no GP da China de 2006, mas nem isso o impediu de se fazer de vítima diante de sua equipe, a Renault, e seu "escudeiro" Giancarlo Fisichella. Alonso lutava pelo título com o alemão Michael Schumacher e foi ultrapassado pelo italiano ao apresentar problemas. Depois da corrida, o espanhol reclamou da falta de solidariedade e coleguismo da equipe e do companheiro e chegou a dizer que Felipe Massa, então parceiro de Schumacher na Ferrari, não faria o mesmo com o alemão. O chefe da Renault na época, o italiano Flavio Briatore, precisou conversar com Fernando Alonso para resolver a situação.




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