9.08.2010

FIA apenas mantém multa a Ferrari e admite legalizar ordens de equipe


O Conselho Mundial da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) resolveu não aumentar a punição da Ferrari, que se safou de maiores prejuízos na polêmica do GP da Alemanha, quando induziu Felipe Massa a entregar a liderança da prova para o espanhol Fernando Alonso, vencedor da prova.

Com isso, a escuderia italiana apenas terá de pagar a multa de US$ 100 mil aplicada no mesmo dia da corrida, pelos comissários de prova. O Conselho ainda sugeriu o banimento da regra que proíbe as ordens de equipe.

De acordo com a Reuters, Angelo Sticchi Damiani, presidente da CAI Motorsport Federation, da Itália, informou que a decisão atingida na reunião teve unanimidade de votos, com o acordo em não se ampliar a punição aplicada originalmente.

Confirma-se assim também que a FIA mantém suas punições à equipe acusada de alterar o resultado de forma irregular, deixando os pilotos ausentes de culpa pelo incidente.

O julgamento da Ferrari foi realizado nesta quarta-feira, em Paris, com a presença do presidente da FIA, Jean Todt - ex-chefe da Ferrari - e do diretor de prova Charlie Whiting [Foto]. Os pilotos envolvidos, Massa e Alonso, não foram fisicamente, mas prestaram esclarecimentos por videoconferência.

As ordens de equipe foram proibidas na Fórmula 1 desde que Rubens Barrichello permitiu a Michael Schumacher a ultrapassagem no GP da Áustria de 2002, nos últimos instantes de prova.

Segundo o regulamento da Federação Internacional de Automobilismo, que rege a Fórmula 1, “
ordens de times que interfiram no resultado de uma corrida são proibidas”.

O caso

O GP da Alemanha, disputado em julho, tinha Felipe Massa na liderança, posição conquistada na largada, após sair em terceiro. No entanto, após dois terços de prova realizados, ele ouviu da equipe, via rádio: “Fernando Alonso é mais veloz do que você”. Era a deixa para que o brasileiro liberasse a ultrapassagem para o companheiro, na 49ª volta. Alonso venceu a etapa em Hockenheim, seguido por Massa e Sebastian Vettel.

A prova marcava exatamente um ano do acidente mais grave de Massa, que em 2009 arriscou a vida no GP da Hungria. Uma mola atingiu seu capacete e ele bateu forte, desacordado. A recuperação foi lenta, com necessidade inclusive de cirurgia.

Durante a corrida, Alonso chegou a pressionar Massa na pista e, por rádio, reclamou da equipe que era um absurdo ficar atrás do brasileiro, que tinha o carro mais lento, segundo ele e a equipe.

Os ferraristas alegaram que apenas informaram ao brasileiro sua situação na prova, dizendo que não mandaram que ele diminuísse para Alonso passar, como foi mostrado pela telemetria. No rádio, Massa foi questionado se havia "
entendido" a mensagem, ao que respondeu positivamente. Depois, a equipe também na comunicação interna pediu "desculpas".
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