Antes de ir aos nomes em si, vou dar a minha opinião sobre o FIA YDEA – que chamarei assim. Primeiro, quem escolhe 19 finalistas para dez vagas? Creio que eram 20 os candidatos, mas um acabou recebendo uma proposta melhor e deu adeus à turma de Jean Todt.
Segundo, sou extremamente contra o dono da bola participar da partida. Ninguém, a princípio, vê o time da CBF participar do campeonato brasileiro de futebol nem o da FIFA jogar a Copa do Mundo. Tampouco essas entidades estão ligadas ao gerenciamento de atletas. Quer dizer, se no futuro houver uma decisão polêmica de algum comissário de prova beneficiando um dos pilotos da FIA, mesmo que involuntariamente, criará uma situação desconfortável e que poderia ter sido evitada.
E por último, o que vejo como a parte mais estranha. O presidente da FIA, como todos sabem, é Jean Todt. Logo, ele é o chefão-mor da nova academia de jovens pilotos. Só que essas duas tarefas não representam conflito de interesse, certo? Exato. Mas talvez o fato de ele ser pai de Nicolas Todt, agente de pilotos como Felipe Massa e Jules Bianchi, não é algo que deva ser suspeitado? Ou ninguém acha que existe a possibilidade de em um jantar em família em Mônaco, Nicolas sondar o paizão sobre algum nome em específico, ou vice-versa?
[Foto] Um dos mais jovens do grupo, Timmy Hansen, de 18 anos, corre por fora para ser escolhido
Desconfianças a parte, vamos aos finalistas. Os 19 garotos foram avaliados por Alexander Wurz, ex-piloto de F1, e Robert Reid, ex-navegador do WRC. Salvo os meninos do rali, os demais já apareceram alguma vez aqui nas páginas do World of Motorsport. De qualquer forma, vamos a eles:
O principal nome é o de Alexander Rossi, ex-piloto da ART na GP3 e que deve correr na GP2 nesta temporada. Aliás, sabia que Nicolas Todt é um dos sócios da ART e justamente um antigo funcionário do time se tornou a maior estrela do FIA YDEA? Coincidência, hein?
Pode ser até implicância minha, mas alguém tem que ficar de olho nessa academia da FIA. Enquanto ninguém fiscaliza, vou continuar a apresentar os pilotos. Entre eles, assim como Rossi, há alguns campeões das categorias de acesso ao redor do mundo: Richie Stanaway (vencedor da F-ADAC Masters), Albert Costa (F-Renault Europeia em 2009), Robin Frijns (F-BMW europeia), Stoffel Vandoorne (F4) e Alon Day (V6 Asia em 2009).
A eles se juntam jovens com alguns destaques como o bahrenita Hamad Al Fardan (ex-GP2 Asia e F3 Alemã), Paul-Lop Chatin e Norman Nato (ex-F4), Josef Newgarden (ex-GP3), Timmy Hansen (ex- F-BMW europeia) e Phillip Eng (ex-F2).
[Foto] Molly Taylor é uma das principais apostas da FIA. A outra mulher da foto é a mãe da australiana
Do rali aparecem Kevin Abbring, Andreas Mikkelsen, Adam Gould, Egon Kaur, Jan Skala, além da australiana Molly Taylor – única mulher do grupo. Por fim temos o finlandês Joni Wilman, que já competiu tanto de rali quanto de monopostos e teve a última aparição na F-Renault britânica.
É um grupo forte que já dá para tirar algumas conclusões. A FIA está tentando pegar pilotos de diversas partes do mundo. Mesmo que a América do Sul não esteja representada, o plano até que deu certo. Por isso, não seria absurdo apontar Rossi, Stanaway, Abbring, Costa, Frinjns e Al-Fardan como eventuais favoritos. Também colocaria Molly Taylor como uma forte candidata justamente por ser mulher.
Por fim, vale a pena ficar de olho também como esses jovens vão se comportar na hora de escolher uma equipe para competir. Afinal, ao contrário de quem é apoiado pelas equipes de F1, os garotos da FIA não terão como fazer parceria envolvendo times, afinal a entidade não é uma equipe.
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